quarta-feira, 10 de junho de 2009

SMEC - ITAGUAÍ - RJ - APRESENTA: PROJETO: FALE SEMPRE, MAS FALE BAIXINHO. D.G.E. - FONOAUDIOLOGIA



PROJETO: FALE SEMPRE, MAS FALE BAIXINHO

Introdução

O ruído constitui um dos principais fatores de degradação da qualidade de vida nas cidades. As escolas constituem uma zona sensível (a garantia do direito ao sossego público, está resguardado pelo artigo 225 da Constituição Federal.) necessitando apresentar níveis de ruídos mais baixos.
Segundo a Agenda 21 (Conferência das Nações Unidas, Rio de Janeiro de 1992) as Câmaras têm obrigação de desenvolver e implementar a “Agenda 21 Local”, na qual são definidas e delineadas estratégias para atingir o desenvolvimento sustentável.
Desta forma surgiu a proposta de se realizar um projeto que envolvesse toda a escola (alunos, corpo administrativo e técnico), a comunidade e a SMEC (Departamento Geral de Ensino /Fonoaudiologia e todas as Coordenações de 1º e 2º segmentos).
A este projeto demos o nome de “Fale sempre, mas Fale Baixinho”. Acreditamos que os objetivos deste trabalho poderão ser alcançados a partir da participação e comprometimento de todo o grupo envolvido, respeitando-se as peculiaridades de cada U.E, dada a importância do tema abordado

Justificativa

Observamos um grande nível de ruído na maioria das U.Es. do município de Itaguaí, fato este que se repete em quase todas as escolas do Brasil. Esta realidade, cada vez mais comum em nosso ambiente, reflete a tendência que a grande maioria das pessoas tem, de fazer barulho sem se importar com suas conseqüências.
Nas escolas, as crianças falam alto e ao mesmo tempo, o professor se vê então obrigado a falar mais alto também. Algumas salas de aula são separadas por divisórias ou possuem paredes baixas que as interligam com outras salas, não havendo algo que atenue o som que vem do pátio e interfere na sala de aula.
Estas crianças teriam prejuízo em termos de comunicação em um ambiente em que muitas vezes nem é ouvida? Qual a oportunidade de todas as crianças se comunicarem em função da inteligibilidade da fala? E a voz como fica? Com a continuidade da intensidade de ruído poderia haver prejuízos vocais e, talvez, até auditivos? E a preocupação com a qualidade da voz do professor, pois como se sabe, cada vez é maior o número de professores com alterações vocais.
Enfim, podemos comprovar que o barulho afeta adversamente as tarefas da área cognitiva. Nós fonoaudiólogos ao nos percebermos como educadores, buscamos adaptar nossos conhecimentos profiláticos a esta realidade, como forma de atenuar fatores que possam interferir no processo ensino-aprendizagem.

Objetivo geral


Reduzir os níveis de ruídos nas Escolas Municipais de Itaguaí, sensibilizando também toda a comunidade ao entorno das mesmas, de modo a atenuar fatores que possam interferir no processo ensino-aprendizagem, bem como, contribuir para a prevenção de transtornos relacionados à intensidade e a duração da exposição ao ruído em prol de melhor qualidade de vida.


Objetivos específicos:

Alertar para os perigos da poluição sonora e para a necessidade de viver num ambiente acústico saudável;
Diminuição do nível de ruído nas escolas, ruído este que vem prejudicando significativamente o processo de ensino-aprendizagem;
Comparar os níveis de ruído em escolas de diferentes localizações;
Elevação do nível de atenção, discriminação, associação e memória auditiva, visto que mais “atenção” é dada ao que se ouve;
Maior conscientização dos cuidados em relação à voz, tanto em nível do professor quanto do aluno;
Criar uma proximidade maior entre toda a escola, gerando uma preocupação com situações prejudiciais ao grupo, como atividades de muito ruído em uma sala prejudicando a outra;
Aumento de atividades com música, canto e expressão corporal;
Incentivar nosso educando a entender a importância da comunicação, mas que essa venha em tom moderado, respeitando sempre o interlocutor.


Estratégias

Para tanto, realizaremos primeiro, com o corpo administrativo e técnico pedagógico, explanações e vivências sobre o longo e lento processo de condicionamento, a que toda a escola estaria inserida, para que se possa obter como resultado a conscientização da importância da voz, da audição e da compreensão da mensagem falada.
Cada professor irá sugerir a sua turma que crie um símbolo, e cada U. E. escolherá um símbolo que melhor represente o projeto. A turma que criou o símbolo eleito receberia um prêmio, assim como a turma que mais compreendeu e se enquadrou no projeto também receberia um prêmio. A eleição tanto para o símbolo quanto para a turma “mais silenciosa” será realizada pela escola (alunos, corpo administrativo e técnico), o que gerará um nível de responsabilidade maior para todos.

Durante todo o período estipulado para o projeto seriam realizadas atividades desenvolvendo:


Conversas sobre o assunto:

- As nossas escolas são ruidosas?
- O que é o som?
- Qual o intervalo de intensidade e frequência sonora audível pelo ouvido humano?
- Como funciona o ouvido humano?
- O que é o ruído?
- Qual o efeito do ruído no ser humano?
- Quais as principais fontes de poluição sonora?
- O que é uma carta de ruído?
- Que medidas podem ser implementadas para reduzir o ruído?


§ Audição e discriminação de diferentes sons dentro e fora da sala de aula (sons de carros, buzinas, pássaros, ondas, coração, trem,...);
§ Diferenciação de sons “agradáveis” e “desagradáveis”(ruídos);
§ Atividades para distinção de sons altos e baixos (lenço atrás, frio-quente, músicas);
§ Construção de instrumentos;
§ Atividades para distinção de ritmos diferentes (audição de músicas e realização de movimentos de acordo com o ritmo da música);
§ Relaxamento/Mímica/Atividades de cochicho (telefone sem fio);
§ Atividades gráficas (desenhos sobre o tema, pesquisas em revistas, recorte e colagem de objetos que produzam ruídos);
§ Atividades auditivas coordenadas ao visual (cores);
§ Entrevistas a especialistas que trabalham com ruído: motoristas, soldador, trabalhadores que manipulam britadeiras, médico do trabalho, fonoaudiólogos que realizam exames de audição;
§ Reuniões na escola realizada pelos alunos onde serão discutidos:


* sobre o que pode ser modificado para melhoria da qualidade dos sons dentro e fora da escola;
* criação de medidas minimizadoras de ruído.


Trabalho de campo - Medição dos níveis de ruído.



• Em vários locais da escola (sala de aula, recreio)
• Em vários locais em redor da escola
• Em várias horas do dia

Determinação das principais fontes locais de ruído

Com base nos dados obtidos nos locais de medição
Comparação com a informação existente para o local

Definição conjunta de um plano de ação que vise a diminuição do ruído na escola.


Recursos

Materiais diversos para experiências e construção de instrumentos
Modelo do ouvido humano
Decibelímetro
Bibliografia sobre o som e ruído
Computador com acesso à internet
Materiais diversos para exposição
Medição dos níveis de ruído em vários locais na escola e na comunidade e em diversos horários.


Avaliação -
Acompanhamento do processo:


_ As escolas deverão enviar relatórios sobre as atividades desenvolvidas nos bimestres.

Do resultado final:


– Aquisição de competências pelos alunos;
– Aquisição de conhecimentos sobre o som e o ruído;
– Implementação das medidas minimizadoras e seus resultados;
– Divulgação à comunidade.


POR: EQUIPE DE FONOAUDIOLOGIA - DGE - ITAGUAÍ-RJ


*Carlina F G Silva
* Daniela Barbosa
* Juliana Novato
* Juciara Guedes
* Patrícia Hiroaka
* Zoelinier Souza

Diretora Geral de Ensino - Profª. Cristiane Regina de Fátima Fiorotti

Um comentário:

Eliene dos Reis Santos disse...

Olá!
Achei ótimo as dicas de como se trabalhar os ruídos,pois eles atrapalham dentro e fora da sala de aula na aprendizagem dos alunos.
Com o silêncio nós ouvimos e aprendemos mais com as pessoas.