quinta-feira, 31 de março de 2011

SMEC - DGE - ITAGUAÍ - RJ - APRESENTA : Saberes Necessários à Prática Educativa



E nós estamos ainda no processo de aprender como fazer democracia. E a luta por ela passa pela luta contra todo tipo de autoritarismo (Freire, 2000a, p. 136).

Falar no pensamento e na prática de Paulo Freire seja enquanto intelectual, educador, Secretário Municipal de Educação, ser humano, e tantos outros papéis assumidos por esse homem público no real sentido da palavra, é estar falando de uma práxis pedagógica-política e epistemológica profundamente democrática. Isto porque considero que a sua obra e vida testemunham sempre a sua clara opção política contra qualquer tipo de autoritarismo, desrespeito, injustiça, desigualdade, etc. A filosofia de Freire, ao contrário, se posiciona a favor da liberdade, da justiça, da ética e da autonomia do ser humano, da escola, da sociedade. Mais ainda, Freire percebe que a democracia não acontece de um hora para outra, por decreto, por uma concessão de uma autoridade que se autointitula democrática, ou apenas quando a sociedade deixar de ser capitalista. Ele entende que a democracia, a liberdade, a autonomia, é um processo. Mas não é um processo de cima para baixo, e sim uma conquista conjunta, coletiva, que exige respeito, diálogo e poder de decisão a todos que participam dessa caminhada. Um processo que faz parte da própria humanização do ser humano, da sua vocação para ser mais, segundo Freire. Uma vocação que atua em condições concretas e que na sua práxis vai partejando o novo, já que o ser humano é um ser molhado de história, como gosta de dizer, ou seja, “... um ser finito, limitado, inconcluso, mas consciente de sua inconclusão. Por isso, um ser ininterruptamente em busca, naturalmente em processo” (Freire, 2001, p.18).

Reafirmar um sonho...

Reafirmar o caráter democrático do pensamento e da práxis freireana, tornando público que é possível pensar e atuar de uma forma diferente da ideologia e da prática neoliberal. Paulo Freire, quando assumiu a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, de 1989 a 1991, na gestão da Prefeita Luiza Erundina, do PT, mostrou que é possível lutar para mudar a cara da escola, como costumava dizer, lutar por uma escola pública, popular e democrática. E as propostas e ações concretizadas durante a sua administração e de quem o substituiu, o Professor Mário Sérgio Cortella, só podem ser melhor compreendidas dentro do contexto de toda a obra de Paulo Freire. Já que, nesse autor, teoria e prática não são dois pólos distintos, estanques, separados, mas são, antes, ações que estão interligadas e que se recriam a todo momento.

Contribuição

contribuir para o desenvolvimento da consciência política dos educandos e educadores envolvidos; e reforçar o incentivo à participação popular e a luta pelos direitos sociais do cidadão, ressaltando o direito básico à educação pública popular (p.69).

Mais uma vez, é o resgate da autonomia do cidadão, do seu direito de participar ativamente na escola e na vida social.

Por fim, resgatar a práxis política-pedagógica de Paulo Freire é reviver e reafirmar a luta por uma sociedade e uma escola mais democrática, humana, ética e fraterna.


Referências Bibliográficas

FREIRE, Paulo. 1981. Pedagogia do Oprimido. 10ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

1996. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. 2ª ed. São Paulo: Paz e Terra. (Coleção Leitura)

Por. DGE

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